Chuvas voltam para o Nordeste, mas plantio de grãos ainda não está garantido
A volta das chuvas para a região central do Brasil levou umidade também para o interior do Nordeste. A previsão da Somar Meteorologia é que chova cerca de 60mm em Luis Eduardo Magalhães e 50mm em Barreiras, nos próximos três dias. Esse valor corresponde a metade do normal para todo o mês de outubro.
Porém, essa chuva toda não traz garantias para o produtor rural iniciar o plantio de grãos. Primeiro, porque a umidade do solo está baixa, a água disponível na terra ainda está em 0% no oeste da Bahia, sul do maranhão e do Piauí. Além disso, esse período chuvoso não será constante. “Não haverá seca total, mas as chuvas serão muito fracas na região a partir da semana que vem”, explica o meteorologista Celso Oliveira.
Para as áreas produtoras de milho, soja e algodão da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia,) normalmente existe problema na instalação das lavouras, já que as chuvas começam mais tarde. Além disso, durante todo o ciclo das lavouras o produtor convive com os riscos associados à má distribuição das chuvas, a exemplo do que já se observou nas duas últimas safras.
Nesse ano, a previsão da Somar Meteorologia é que as chuvas fiquem dentro da normalidade no interior do Nordeste. “Além disso, o aparente problema do atraso do plantio, indiretamente contribui para reduzir o risco de estiagens prolongadas entre janeiro e fevereiro”, alerta o climatologista Paulo Etchichury.
Quando as lavouras são instaladas mais tarde, o regime de chuvas associado às frentes frias, que chegam no sul da Bahia, vai de encontro à contribuição de chuvas associadas à Zona de Convergência Intertropical, sistema meteorológico proveniente do Oceano Atlântico, algo que ocorre a partir de fevereiro.